Fundanda em 20 de julho de 1897, o projeto da Academia Brasileira de Letras inspirou-se nos moldes da então Academia Francesa, como um órgão de promoção intelectual, com difusão e debate sobre a literatura nacional. Tendo como um de seus principais objetivos o amparo da língua portuguesa.
Composta por 40 membros fixos e demais honorários, a exemplo da Francesa, em 128 anos de trajetória, a entidade salvaguarda grandes nomes da escrita brasileira, que carregam dentro de si a infinidade da essência nacional. Confira mais detalhes abaixo.
Fundação
Consoante o site oficial da ABL, no final do século XIX já havia o fomento de se formar uma organização erudita brasileira, seguindo os parâmetros da Academia Francesa de Letras. O poeta, historiador, professor e político Afonso Celso Júnior (época do Brasil Império) e o publicista Medeiros e Albuquerque (República) foram os primeiros nomes a instigar tal propósito.
Em 1896, Lúcio de Mendonça (advogado e jornalista) propôs sua constituição inicial. Firmou-se então uma agremiação privada de escritores, com Machado de Assis como seu presidente. Apesar do convite, o Estado preferiu não se envolver inicialmente.
As primeiras notícias da empreitada literária começaram a circular nos jornais em novembro daquele ano, pela Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio. Em 15 de dezembro, ocorria a primeira sessão preparatória do conjunto, na redação da Revista Brasileira.
Em julho do ano seguinte, fazia-se a inauguração formal da Academia, no museu Pedagogium, à Rua do Passeio. Estavam presentes 16 imortais.
Primeiros membros
Destacam-se como primeiros imortais da ABL os seguintes escritores: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay. Também Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat e Valentim Magalhães, também presentes às sessões anteriores, e ainda Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero e Urbano Duarte, luísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Os Estatutos foram assinados por Machado de Assis, presidente; Joaquim Nabuco, secretário-geral; Rodrigo Otávio, 1º secretário; Silva Ramos, 2º secretário; e Inglês de Sousa, tesoureiro.
Importância sociocultural
Sendo uma das principais instituições intelectuais do país, a Academia Brasileira de Letras carrega a missao de zelar pela literatura nacional e língua portuguesa, patrimônios culturais imateriais fundamentalíssimos para a riqueza histórica brasileira.
“Ad immortalitatem”
“Ad immortalitatem” (rumo a imortalidade, em tradução livre) denota a infinidade da escrita, legado do escritores e importância para a sociedade, sendo lema da ABL.
Petit Trianon
Localizada no Rio de Janeiro, o prédio que comporta a instituição, Petit Trianon, foi um presente dado pelos franceses, por meio do então embaixador Raymond Conty, em 1923. Anteriormente, o local era palco do pavilhão de exposição da França na Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência do Brasil (1922).